Abertura de licitação em meio a contratos vigentes preocupa segmento de handling 

Duas empresas aéreas abriram processos de contratação de novas empresas de serviços em solo em meio a contratos vigentes nas últimas semanas. A medida preocupa o setor por conta da forte pressão por redução de custos dos serviços em solo, o que impossibilita o “retorno sobre investimento” em treinamento de pessoal e em equipamentos aeroportuários. Há muito o segmento carece de investimentos na modernização da frota, ainda quase que totalmente movida a combustíveis fósseis. As RFPs (Request For Proposal) foram abertas pouco antes do Natal com prazo curto para entrega das propostas para atendimento em todo país.

Segundo estudos recentes, o custo com ground handling, comissaria, limpeza etc compõe 3% do custo total de uma operação aérea no Brasil. É ilógico buscar economia pífia no custo total ao tempo em que se utiliza o achatamento exagerado em setor tão essencial para o transporte aéreo.

“A precariedade imposta por companhias aéreas e por aeroportos, em contratos que podem ser rompidos sem qualquer motivo em aviso prévio de 60 dias, sucateia um setor inteiro e torna o transporte aéreo brasileiro longe da desejável segurança operacional”, afirma Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo). 

Não há qualquer segurança para que as empresas de serviços em solo invistam em equipamentos para a melhoria do atendimento aos passageiros e aos expedidores de carga aérea, pois estão sob constante pressão por preços mais baixos e sujeitas a contratos leoninos. De acordo com o presidente da entidade, investimentos requerem contrapartida, prazos de contratos longos e seguros, como acontece na privatização de aeroportos, mas estamos muito longe disso nos serviços em solo. 

Para a entidade, a cadeia aeronáutica é feita por elos, quando um se enfraquece, todo o sistema fica sob risco. 

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