Como o mercado de aviação do Brasil apresenta um grande potencial de crescimento. De acordo com o estudo desenvolvido pela IATA ”O valor do transporte aéreo para o Brasil”, ele contribui com US$ 18,8 bilhões para o PIB do país e gera mais de 800 mil empregos. Nos próximos 20 anos, esse valor pode atingir mais de US$ 88 bilhões por ano, suportando mais de 3,2 milhões de empregos.

Entretanto, é importante que o transporte aéreo enfrente três grandes desafios: o alto custo, devido à fórmula de precificação do combustível e a alta carga tributária somada aos gastos para atender aos requisitos de regulamentação; o uso ineficiente da infraestrutura; e a falta de harmonização regulatória com as melhores práticas globais.
Prosperidade na Globalização
No 20-Year Air Passenger Forecast lançado pela IATA, que prevê 8,2 bilhões de passageiros aéreos em 2037, a taxa de crescimento anual composta (CAGR, em inglês) prevê um quadro inalterado ao longo do tempo. Entretanto, se o setor encontrar um cenário mais favorável, que permita uma liberalização, o número de passageiros em 2037 pode chegar a 10,3 bilhões, gerando 119 milhões de empregos no mundo.
Para isso, é importante que os governos percebam que incentivar a conectividade aérea é necessário para a prosperidade global em termos sociais e econômicos, evitando medidas protecionistas que resultem em oportunidades perdidas. Em 2018, a criação de barreiras comerciais bateu recorde no mundo, tendência que poderá gerar US$ 1,2 trilhão a menos na atividade econômica apoiada pelo transporte aéreo em 2036.
Em maio de 2019, o transporte aéreo de cargas no mundo encolheu 3,4%. De acordo com Alexandre de Juniac, presidente da IATA, “o impacto da guerra comercial entre Estados Unidos e China no volume de frete aéreo foi claro em maio. É uma evidência do dano econômico que é causado quando as barreiras ao comércio são erguidas”.
Segundo O valor do transporte aéreo para o Brasil, o país está em último lugar em relação à facilitação do transporte de carga entre todos os países do índice de competitividade elaborado pela IATA. Esse pilar avalia a simplicidade e a eficiência dos processos de envio de carga aérea.
Um Brasil mais atraente
Apesar dos grandes desafios, o Brasil está trilhando um caminho essencial para atingir o potencial do setor da aviação. Após as recentes decisões do governo brasileiro, como a permissão de 100% de capital estrangeiro em companhia aéreas e a remoção da franquia de bagagens despachadas, o país estaria se alinhando às melhores práticas internacionais.
O incentivo à concorrência e a liberdade oferecida aos passageiros para que possam optar por serviços adequados às suas necessidades, sem que tenham que absorver os custos gerados por regulamentações ultrapassadas, tornam a aviação mais atraente para população.
Assim, o Brasil poderá reforçar o seu papel como hub regional, atraindo cada vez mais passageiros e serviços, além de incentivar investimentos em infraestrutura. Ampliando a conectividade aérea a custos competitivos, o transporte aéreo brasileiro aumenta ainda mais a sua contribuição para outros setores e para a economia do país.
Com uma política regulatória que apoie a aviação, flexibilização das leis e um ambiente operacional que facilite as viagens, permitindo que as companhias aéreas ofereçam cada vez mais opções de valor aos consumidores e empresas brasileiras, o Brasil poderá aproveitar os benefícios do desenvolvimento econômico trazido pela aviação.
Fonte: Valor da Aviação