Relator do IR desiste de cortar incentivo para empresas do setor aéreo, dizem deputados

Medida havia sido incluída por Celso Sabino para compensar financeiramente parte dos cortes no imposto de renda das empresas

Fonte: Valor Econômico

O relator da reforma do imposto de renda, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), desistiu de cortar o incentivo tributário para compra de aeronaves e peças, atendendo a pedido das empresas do setor aéreo, afirmam fontes. A medida tinha sido incluída pelo tucano para compensar financeiramente parte dos cortes no imposto de renda das empresas.

Procurado, Sabino não confirmou a informação e disse que não mudou nada no relatório protocolado na semana passada, mas três deputados afirmaram ao Valor que o relator concordou em recuar no corte do incentivo. Na quinta-feira, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou nota em apoio à reforma do imposto de renda.

“Nesse assunto, tanto o relator como o governo concordaram em manter o incentivo do IPI e PIS/Cofins. Eu e outros deputados da comissão fizemos campanha contra o corte, mas agora tenho que reconhecer que nossa luta foi aceita e vou votar a favor do parecer”, disse o deputado Bacelar (Pode-BA), presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.

Numa tabela divulgada quando o corte no incentivo foi proposto, o relator e a Receita Federal informaram que o benefício custava R$ 4,29 bilhões, mas o número considera também os incentivos para a indústria de embarcações e, por isso, o valor desse recuo será menor. O setor divulga que a mudança causaria às empresas custo adicional de R$ 5 bilhões por ano, considerando-se a aviação geral e demais integrantes da cadeia do transporte aéreo.

São dois benefícios que o relator propunha extinguir: a isenção de PIS/Cofins sobre importação e venda no mercado interno de aeronaves, partes e peças e serviços de manutenção, e de Imposto de Importação e IPI sobre partes e peças e uma série de elementos necessários à manutenção de aeronaves. Uma emenda chegou a ser apresentada pelo vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), para reverter o corte e será acatada pelo relator.

O setor, contudo, ainda tem outra demanda, apresentada pelo líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), para que não ocorra cobrança de 15% de imposto de renda sobre o leasing (aluguel) de aeronaves. A cobrança começou em fevereiro, mesmo em meio às dificuldades do setor por causa da pandemia. Até o ano passado, a tributação era de 1,5%.

Segundo Bacelar, essa emenda ainda está em negociação, mas há resistência dentro do governo a aceitá-la.

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